quarta-feira, 30 de abril de 2008

O consumismo irresponsável como um descaminho para a PAZ!

Falar de paz...Será que é tão fácil assim?
Atingir a paz total é o objetivo maior da educação!

Dentre as proposta de globalização, deveríamos incluir a paz, mas não uma paz parcial mas também global.Todas as questões tratadas no processo de globalização tem uma estreita relação com a paz.

Considerando que a paz inicia no respeito ao póximo, seja a mesma espécie humana ao ambiente em que ele sobrevive, a paz está ligada diretamente a questão ética.Ou melhor, sem ética nas relações não encontramos a paz, nem parcial nem global.

Estamos vivendo um modelo de sociedade que privilegia a primazia da espécie humana dentre todas as espécies vivas.A espécie humana, privilegiada, tem a natureza subordinada à sua vontade,caprichos e ganância, dando origem a um sistema de produção para satisfazer esse comportamento, cuja síntese é identificada com autoridade, poder e consumismo.

O consumismo, neologismo associado ao consumo desenreado e irresponsável, leva à exaustão dos recursos naturais, à inveja, arrogância e prepotência, à iniquidade e à poluição e lixo incontrolável, o que representa uma crescente ameaça à sobrevivência das espécies.O homem declara-se em guerra com o ambiente, natural e cultural.

A não-satisfação de caprichos e ganâncias leva a uma auto-agressão destruidora.O indivíduo não se conforma com sua incapacidade de atingir metas perversas e colocar-se em guerra consigo mesmo.É importante notar que as violações que dão origem a esse estado são,muitas vezes, aceitas pelos outros, desde que subordinadas a critérios acordados pela comunidade, que constituem um conjunto de valores.Esses valores são parte integral de uma cultura, são manifestações culturais que relacionam os meios e os fins.Os meios dependem dos instrumentos materiais e intelectuais de que dispomos,também dependente da cultura.

Esses valores universais constituem uma ética maior, sem a qual a qualidade de ser humano se dilui.

Um proposta para essa ética maior é a ética da diversidade:
  • Respeito

  • Solidariedade

  • Cooperação
Mas por que a humanidadse caminha em direção contrária a essa ética, sem a qual a espécie humana não pode sobreviver???


Gardner sinaliza que "...todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se quiserem!"

sexta-feira, 25 de abril de 2008

"A parábola do aquário"

A vida transforma-se numa festa quando sabes desfrutar das coisas normais de cada dia!!!

Era uma vez um aquário onde viviam peixes grandes, médios e pequenos. Ali imperava a lei do mais forte. Os alimentos atirados pelo Criador eram disputados. Primeiro comiam os maiores. O que sobrava destes era devorado pelos médios. E o que sobrava dos médios era devorado pelos pequenos. Na falta de outro alimento, os grandes devoravam os médios e estes, por sua vez, devoravam os pequenos. Ora, havia um peixinho muito pequenino, que morava no fundo do aquário, onde estava a salvo da fome e da gula dos demais. Ali, naquelas profundezas, poucas vezes caía algum alimento. Mas, o peixinho, ao invés de maldizer a sorte, enganava a fome distraindo-se a contemplar os desenhos dos azulejos, as plantinhas, a areia branca e as pedrinhas brilhantes que enfeitavam o fundo do aquário. Um belo dia, o peixinho descobriu um ralo, por onde saía a água do aquário. Admirado, exclamou: "Ué! Então este aquário não é tudo? Existe outro lugar onde se pode viver? Para onde irá essa água que não pára de correr? E, o peixinho, curioso, tentou passar pelo ralo. Como os vãos fossem muito estreitos, ele se dispôs a fazer sacrifícios e emagrecer até passar para o outro lado. Foi assim que, dias mais tarde, bem mais magro e ainda assim perdendo algumas escamas na travessia, ele conseguiu seu intento. E foi assim que ele conheceu, pela primeira vez na vida, o que é a água corrente. - Uma delícia! Uma maravilha! O peixinho ia pulando feliz pelo rego da água, deslumbrado com tudo. E o rego da água levou o peixinho até uma enxurrada... Na enxurrada, mais água ainda. E a correnteza mais forte. Não era preciso nadar. Bastava soltar o corpo. Que maravilha! Quantos peixinhos livres! Quantos barquinhos de papel! E o sol??? Que coisa linda! E aqueles bobos, lá no aquário, pensando que aquilo fosse tudo, aquela água suja e parada. Coitados!!! E a enxurrada levou o peixinho a um riacho. E o peixinho nunca pudera imaginar tanta água de uma vez. Nunca vira crianças nadando. Nunca vira mulheres lavando roupa e cantando. Nunca pudera ver tantas plantas, tantas flores, tanta beleza junta! E julgou que estivesse delirando. Quanta comida, quanta água, quanto lugar onde viver em paz, quanta felicidade para todos! Ah! Aqueles pobres diabos lá no aquário ... se vissem tudo isto! E o riacho levou o peixinho até o rio. Não. Não é possível! Isto não existe! Olha quanta água! Parece não ter fim. Quanta comida! Quanto sol, quanta luz, quanta beleza! E foi assim, extasiado, maravilhado, deslumbrado, quase não acreditando em seus próprios olhos, que o peixinho, levado pelo grande rio, chegou enfim ao mar. Ali, diante daquele infinito de águas, de alimentos, de luz, de cores, de plantas, de um mundo de coisas maravilhosas, diante daquela majestade toda, o peixinho chorou. Chorou comovido, agradecido, porque a alegria era tanta que não cabia dentro de si. E chorou, sobretudo, de pena de seus coleguinhas, grandes e pequenos, que haviam ficado lá no aquário, naquelas águas poluídas, escuras, pardas, estragadas, espremidos, pensando viver no melhor dos mundos. E o peixinho, então resolveu voltar e contar a boa nova a todos. E o peixinho voltou. Do mar para o rio (sacrifício, porque agora a viagem era contra a correnteza). Ele nadou para o riacho, para a enxurrada e da enxurrada para o rego e do rego para o fundo do aquário. E atravessou o ralo de volta... Desse dia em diante, começou a circular pelo aquário um boato de que havia um peixinho contando coisas mirabolantes, falando de um lugar muito melhor para viver, um lugar de amor e paz, um lugar de fartura infinita, onde ninguém precisa fazer sacrifício, nem se devorar uns aos outros. E todos acorreram ao fundo do aquário para saber da novidade. Os grandes, os médios, os pequenos, todos os peixes queriam saber o que era preciso fazer para chegar a esse mundo maravilhoso... E o peixinho, mostrando-lhes o ralo, explicou, que para chegar ao outro mundo, era preciso algum sacrifício, pois a passagem era realmente estreita. Segundo o tamanho, uns teriam de sacrificar-se mais, outros menos. E os peixes pequenos passaram, a seguir, a escutar o peixinho, enquanto os médios e os grandes, sobretudo, consideravam-no maluco, um visionário. Onde já se viu? Impossível passar por aquele vãozinho tão estreito! Só um louco mesmo! E a história do peixinho se alastrou. De tal maneira se alastrou e pegou, que modificou a vida no aquário e perturbou o sossego dos peixes grandes e médios, que estes acabaram por matar o peixinho para acabar com aquelas besteiras. Mas o peixinho não morreu. Continuou vivendo, pois sua mensagem imortal, passava de geração em geração...

Até hoje, a história do peixinho é lembrada no aquário. Até hoje, há os que crêem. E até hoje há os passam pelo ralo e os que jamais conseguirão fazê-lo, porque, quanto maior e poderoso, tanto maior será o sacrifício exigido.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Uma rosa com outro nome!

Distúrbios de aprendizagens!

Imagine por um instante que você está visitando um viveiro de plantas.Você percebe uma agitação lá fora e vai investigar.Você encontra um jovem assistente lutando contra uma roseira.Ele está tentando forçar as pétalas da rosa a se abrirem, e resmunga insatisfeito.Você então, pergunta o quê está fazendo e ele explica:"meu chefe quer que todas essas rosas floresçam essa semana, então na semana passada eu cortei todas as precoces e hoje estou abrindo as atrasadas." Você protesta dizendo que cada rosa floresce a seu tempo, é absurdo tentar retardar ou apressar isso.Não importa quando a rosa vai desabrochar - uma rosa sempre desabrocha no momento mais oportuno para ela.Você olha novamente a rosa e percebe que ela está murchando, mas quando você o alerta, ele responde:"Ah, isso é mau, ela tem desabrochamento congênito.Vamos ter que chamar um especialista."Você diz:" Não, não!Foi você quem fez a rosa murchar!Você só precisaria satisfazer as exigências de água e luz da planta e deixar o resto por conta da natureza!" Você mal consegue acreditar no que está acontecendo.Por que o chefe dele é tão mal informado e tem expectativas tão irreais em relação às rosas?

Essa cena nunca teria se passado em um viveiro, é claro, mas acontece todos os dias em nossas escolas.Professores pressionados por seus chefes seguem calendários oficiais que exigem que todas as crianças aprendam no mesmo ritmo e do mesmo jeito.No entanto as crianças não diferem das rosas em seu desenvolvimento:elas nascem com a capacidade e o desejo de aprender, e aprendem em ritmos diferentes e de modos diferentes.

Jan Hunt ratifica que se formos capazes de satisfazer suas necessidades, proporcionar um ambiente seguro e propício e evitar nos intrometer com dúvidas, ansiedades e calendários arbitrários, aí então - como as rosas - as crianças irão desabrochar cada um a seu tempo.

sábado, 19 de abril de 2008

Filme: O ponto de Mutação - Vale a pena conferir!




Ciência e Política em Ponto de Mutação1
José Renato de Oliveira*



.A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros na vida.
Vinícius de Moraes

O encontro de três pessoas promove uma grande discussão em torno da vida, das condições físicas da Terra e da ecologia, das relações entre os homens de todo planeta e da mediação do conhecimento na sociedade. Uma física norueguesa, que desistiu de sua missão ao saber que esta poderia ser usada no projeto Guerra na Estrelas; um poeta que foge de Nova York, e da agitação da metrópole e do liberalismo selvagem ao entrar em crise e um político, candidato a presidência dos Estados Unidos, encontram-se no castelo de Mont Saint Michel, numa pequena ilha do litoral francês. Apenas esses elementos compõem o filme Ponto de Mutação, baseado no livro The Turning Point, do físico austríaco Fritjof Capra.
Por mais simples que possa parecer o filme, em termos cinematográficos, como a fotografia ou mesmo a mudança de cenários, que são raros, esses elementos pouco importam. Acima de tudo, os diálogos grandes e bem seqüenciados são a máxima do filme. Tão rico em conteúdos, não bastariam poucas palavras para comentá-lo, porém resta aqui discutir o tema principal que trata a película: a necessidade de uma nova visão de mundo, diante de uma crise de percepção por qual passaria a humanidade.
Para a cientista Sonia Hoffmann (Liv Ullmann), o pensamento de René Descartes, embora muito útil para a sociedade em que ele viveu, por se afastar do pensamento estritamente religioso medieval para explicar a natureza, muito atrapalha a sociedade atual. Descartes criou o pensamento mecanicista, tido como cartesiano, pelo seu nome em latim, cartesius. O pensamento cartesiano explicava a natureza como uma máquina que poderia ser desmontada para ser compreendida. Isaac Newton ainda teria contribuído no pensamento cartesiano quando formulou a três leis do movimento na física, que influenciou as artes, a política e toda a sociedade. Enxergar apenas as partes e não o todo, esse foi o erro que Descartes cometeu e que fez as nações tão interessadas apenas em suas próprias partes.
O homem é uma ilha? Pergunta o poeta, Thomas Harrimann (John Heard). Claro que não! O homem precisa estar ligado em algo, precisa se relacionar em sociedade para sobreviver. A cientista norueguesa mostra através da física que apesar de todos nós não percebermos somos interligados por partículas subatômicas. Trocamos energia o tempo todo. Em termos de micro para o macro não há nada no universo em que não haja interligações ou interconexões. Porém vivemos atualmente uma crise de percepção de todas as coisas, pois normalmente a humanidade só pensa em seus problemas isolados e não conseguem perceber que tudo faz parte de um todo: o universo.
Essas idéias são apenas suas? Pergunta o terceiro personagem, o político Jack Edwards (Sam Waterston), que apesar de ser bem sucedido acabara de perder as eleições para presidente dos EUA. Não, eu não sou louca. Responde a cientista completando alguns nomes de cientistas que também completam a teoria dos sistemas, como Prygogeno, Bateson e Maturama. A teoria dos sistemas tem a interdependência como um fato científico. Um sistema se mantém, se renova, se transcende sozinho. O sistema do universo é determinado por ele mesmo. A correlação de todos os elementos presentes no universo pode fazer com que ele se mantenha sozinho, sem intervenção alguma. .A essência da vida é a auto-organização., completa a cientista, concluindo o fato de que precisamos nos auto-organizar para saber utilizar todas as potencialidades do nosso sistema.
.Nossas casas estão cheias de peles mortas., repete o poeta a frase da cientista que soa como poesia. Ela, a frase, se refere a demonstração de que nosso próprio corpo se renova todos os dias e que boa parte da poeira que se varre numa casa é composta por células epiteliais mortas. Isso tudo acontece sem que percebamos. Precisamos mudar nossa visão de mundo.
.A dinâmica evolutiva básica não é a adaptação, é a criatividade.. Ao invés de acreditar num mundo onde todas as coisas são mecanicamente mutáveis, a cientista explica que há muito mais inteligência na natureza. Um campo de centeio que
cresce numa região em que chove todos os dias fica amarelo no verão, mas não deveriam. É como se lembrassem que surgiram no clima seco do sul da Ásia.
.Não evoluímos no planeta, mas com o planeta.. Uma frase excelente para ser usada nos discursos do político Jack diz muito mais do que se poderia imaginar. Os Estados Unidos são criticados por serem a nação mais rica do mundo, que utiliza 40% dos recursos mundiais com uma população que representa apenas 6% no mundo. Uma nação conhecida por ser a mais feliz e pacífica é a maior consumista de drogas do mundo e tem uma das maiores taxas de suicídio também. Como explicar essas contradições? É a idéia de evolução, ela não ocorrerá isoladamente no planeta, mas com todos os povos que também é parte do próprio planeta.
Por fim, o poema de Pablo Neruda representa uma metáfora sobre todo o dia em que os três personagens passaram juntos e sobre o que suas vidas representavam diante das idéias que se propuseram a pensar. O poema, algo também meio distante e às vezes incompreensível, também junta a teia de relações que é a humanidade. Diante das teorias frias e puras da cientista e das idéias práticas do político, a poesia recitada pelo poeta os faz calar e refletir sobre o que suas vidas têm feito nesse processo, sobre como eles têm contribuído com sua parte diante do todo. A razão do pensamento científico passa a fazer sentido no calor das palavras do poeta, ao aproximar-se da vida comum e rotineira das pessoas.
Todo o discurso do filme é uma realidade ainda hoje. As pessoas estão acostumadas com a modernidade, com o neo-liberalismo, com o conforto e mergulhadas nos seus sentimentos nacionalistas. Recebem tudo pronto em suas mentes e mal podem pensar que todas as coisas criadas pelo homem podem e devem ser moldadas. Até a natureza parece agir baseada na lógica. Precisamos pensar com maior relatividade a mediação do conhecimento diante de todas as .descobertas. que nos são impostas e modificam nosso modo de agir na sociedade, parte de uma nação, parte de um continente, interligado a um sistema maior, toda a humanidade.
O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados? Respondo que o oceano sabe. Por quem a medusa espera em sua veste transparente? Está esperando pelo tempo, como tu. Quem as algas apertam em teus braços? Perguntas mais firme que uma hora e ummar certos? Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o unicórnio do mar, arpado, morre. Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de jóias, é infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de uma cornicópia feita de infinita madrepérola. Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. Aúnica coisa capturada é um peixe dentro do vento. (Pablo Neruda)
Aula ministrada pela profª Ms Magda Luíza, no Curso de Pós- Graduação Práticas e Dinâmicas do Ensino Superior

quarta-feira, 16 de abril de 2008

"O político das políticas educacionais"Ramón Moncada


"As Políticas educacionais refletem o que pensamos e queremos da sociedade"

As Políticas educacionais refletem o que pensamos e queremos da sociedade.Elas têm a ver com o projeto cultural, o projeto político de nossa sociedade do nosso pais. Para essa sociedade que nós queremos temos então umas políticas educacionais concordantes. Este é o risco da influência de alguns organismos internacionais nas políticas educacionais nacionais e locais, por exemplo, o Banco mundial é uma organização privada e a sua política de educação passa a ser política pública nacional nos nossos paises.

As políticas educacionais e o longo prazo - A educação e a cultura tem a ver com as transformações sociais, culturais e mentais. Estas transformações se dão no longo prazo. Os governos planejam e fazem a gestão do curto prazo. A maioria dos governos tem projetos, estratégias e programas, mas eles não têm políticas educativas. A política educacional deve ter um horizonte cultural e estratégico de longo prazo, você pode atuar no curto prazo, mas conectado com o caminho do longo prazo.

Políticas pùblicas democráticas- Nem tudo que é governamental é público. Nem tudo que é público é democrático. As Políticas públicas são feitas e implementadas pelo governo mas tem a ver sobretudo com o Estado no senso da filosofia política. O Estado é além governo e tem a ver também com a sociedade e com os projetos políticos e culturais das nações. Existem mais projetos e programas governamentais do que políticas públicas. Precisamos de políticas publicas democráticas, feitas com participação cidadã na construção na aplicação e no controle cidadão. A participação cidadã legitima as políticas educacionais.

As políticas educacionais e o direito a educação.- A finalidade das políticas educacionais deve de ser o reconhecimento e a garantia do direito a educação para todas e para todas. A educação é um direito humano fundamental porque de ela depende a realização do projeto de vida individual de cada pessoa, mais também a realização dos projetos coletivos sociais e culturais. O direito a educação não tem só a ver com a entrada na escola, com as vagas. O direito a educação é um direito completo, ele tem a ver com a gratuidade, com a pertinência e a inclusão e tem também relação com a qualidade. Os governantes, os secretários de educação e os funcionários públicos só concebem frequentemente a gestão do serviço educativo, mas eles não pensam no reconhecimento e a garantia do direito a educação.

Políticas educacionais e cidade. - O que chamamos educação é em realidade escolarização então temos políticas educacionais para o sistema escolar, mas não para a educação a cidade. As secretarias de educação pensam quase exclusivamente no sistema escolar,a rede municipal de ensino, mas não da para pensar a educação na cidade toda, porque a cidade, no senso da proposta da cidade educadora é um sistema global de educação e aprendizagem. Então, precisamos também de pensar nas políticas educacionais para as cidades.

O papel estratégico das Secretarias de educação. - As secretarias de educação tem a responsabilidade da construção, seguimento e avaliação participativa e democrática das políticas educativas. Elas não têm só a ver com a gestão do serviço educativo, mas com a garantia do direito a educação. Elas deveriam de pensar também a educação na cidade e não só o sistema escolar, a rede de ensino. As secretarias de educação precisam de ter mais forca, mais presença e mais influência nos governos municipais e nas políticas sociais e portanto maior orçamento porque sua responsabilidade é as políticas educacionais e estas tem a ver com o projeto social cultural e político da sociedade que nos queremos ter, que nos queremos construir.
Ramón Moncada

Mente à massa, mãos à massa!!!

"O papel das questões na construção do conhecimento!"


Falar em (re)construção de conhecimento científico por nossos alunos e falar em mudança metodológica em nosso ensino, isto é, na passagem de uma experimentação espontânea a uma experimentação científica, remete-nos a uma referência de Bachelard(1938):" Todo conhecimento é a resposta a uma questão".


Devemos lembrar sempre que, para ocorrer o desenvolvimento cognitivo é preciso que a criança atue sobre o meio ambiente.


Cassiano Zeferino(2008)ratifica que o desenvolvimento das estruturas cognitivas é assegurado somente quando a criança assimila e acomoda os estímulos do ambiente.


Mediante isto, é notório que só irá acontecer quando os estímulos da criança entram em contato com o meio ambiente. A medida que a criança interaja com o meio, movimentando-se no espaço,manipulando objetos, observando o meio exterior através dos sentidos, ou pensando, ela está obtendo dados para serem assimilados e acomodados.


Na perspectiva construtivista, não se espera que unicamente, por meio do trabalho prático, o aluno descubra novos conhecimentos.A principal função das experiências concretas é,com a ajuda do professor e a partir das hipóteses e conhecimentos anteriores,ampliar o conhecimento do aluno sobre fenômenos naturais e fazer com que ele se relacione com sua maneira de ver o mundo.


Uma atividade para desenvolver conhecimento científico e ampliação do domínio da linguagem(ação e pensamento), parte da proposição de um problema pelo professor.O problema é a mola propulsora das variadas ações do aluno:ele motiva, desafia,desperta o interesse e gera discussão.Resolver um problema intrigante é motivo de alegria, pois promove a autoconfiança e a auto-estima necessárias para que o aluno conte o que fez e tente dar explicações.


Uma perspectivas concreta para que os alunos venham a construir conhecimentos é criar, em sala de aula,um ambiente intelectualmente ativo que os envolva, organizando grupos cooperativos e facilitando o intercâmbio entre eles.


Desta forma cabe ao professor, apenas sistematizar os conheciementos gerados, não no sentido de "dar a resposta final", mas de assumir o papel crítico da comunidade científica.


Gil-Pérez(1991) afirma que quando os alunos apresentam soluções incorretas, o professor deve apenas arguentar com novas idéias e contra-exemplos.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Perfil do Profissional do Ensino no Novo Milênio

Deseja-se um professor de bem com a vida, idealista, capaz de dar sentido à vida e ao que faz!


De acordo com a entrevista da profªMaria Lourdes Urban(SP), o perfil do Profissional do Ensino não muda porque estamos entrando num novo milênio, mas pelo imperativo das inovações em todas as áreas do saber, do fazer, do ser e da tecnologia. Somos impelidos também pela força da nova LDB 9394/96 que propõem uma revolução no Ensino Básico, desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e culminando no que chamam de Novo Ensino Médio.
Quando começamos a vasculhar a bibliografia sobre avanços pedagógicos, percebemos avanços com registros fundamentados, nas últimas três décadas. A nossa História da Educação é muito jovem e ainda estamos aprendendo o que melhor nos convém. O Brasil começa a definir e estruturar a Educação em 1930 com o movimento denominado " Escola Nova", trazendo em seu bojo, propostas inovadoras para a época como a laicidade do ensino, a coeducação dos sexos, a escola pública para todos e a revolução pedagógica de centrar o ensino no aluno, e não mais nos programas e/ ou professor, como na " Escola Tradicional" - o que vem ratificado na nova e 4a. LDB 9394/96.
Alguns estudos informam sobre a dificuldade de se ter informações completas e exatas acerca do saber, das atitudes e das crenças dos professores e das condições em que se espera que eles levam a cabo o seu trabalho, já que são os árbitros finais de quaisquer mudanças que ocorram, sendo, portanto, importante ter informação segura acerca da maneira como tomam decisões e fazem escolhas que estão no centro de suas ações, nos avisa Gallagher ( 1989,1990). Silva & Tunes (1999) dizem que " no seu trabalho diário, o professor está produzindo conhecimento a partir de suas ações e das ações do aluno e, ao mesmo tempo, engendrando modos de chegar aos objetivos que formulou, praticando com base no seu conhecimento." Mais adiante concluem:" a situação do ensino constrói não apenas o aluno, mas também o professor, pois (...) ele também é um sujeito em construção no processo. A reprodução da estrutura do ensino na sala de aula é um ponto importante a se considerar na elaboração dessa noção. De modo geral, podemos supor que é difícil para o professor ver-se como agente transformador da estrutura social, pois ele sequer consegue influenciar a estrutura à qual está submetido. Se o próprio professor não é autônomo, sendo restringido pelo papel que é forçado a desempenhar pelas instâncias superiores, então seria, para ele, difícil agir no sentido de dar autonomia ao aluno."
Como temos constantes orientações novas na área da Educação, pouca ou nenhuma experiência em sala de aula pode ser testada e avaliada em profundidade - o que requer um arco de tempo de 10 a 15 anos - para, depois se poder dizer, o que vale ou não a pena ser continuado. Ao lado disso exerce a sua influência, a formação universitária e a personalidade do professor que, em sala de aula, decide o que e como vai fazer. Vai determinar os seus objetivos, metodologia e avaliação, embasados em teorias e autores que acredita. Há ainda os parâmetros fixados pela Direção da Escola ou outras orientações públicas, já citadas. Somam-se a isso, as condições de trabalho, material pedagógico disponível e a remuneração. Corroborando o que se afirmou, citamos a conclusão de Ricardo Gauche e Elizabeth Tunes, num artigo sobre O professor, a indústria dos cursinhos, a universidade e as perspectivas de inovação no processo educacional: " As inovações educacionais, certamente, passam pelo exercício da autonomia do professor. Há inúmeros fatores que, historicamente, vem contribuindo para a perda constante da autonomia pelo professor. Um deles é a padronização da atuação, muitas vezes estimulada pela adoção, por parte de quem dita as políticas educacionais, de métodos e teorias relacionadas ao ensino. Temos assistido, ao longo de algum tempo, ao aparecimento e desaparecimento de modelos que são propostos para, oficialmente, orientar o ensino. Os resultados têm estado, quase sempre, muito aquém do que os anunciados. (...) as inovações educacionais somente são possíveis em um contexto de liberdade de experimentação e de criatividade. "
Atualmente, percebem-se inovações, nem sempre perceptíveis ao observador desavisado, no novo perfil do professor que se concretiza no seu agir profissional. Temos a elaboração, por todos os integrantes da Escola, da Proposta Pedagógica, do plano de trabalho.
O Profissional do Ensino é desafiado a atuar criticamente na elaboração e execução dos projetos sociais, na indicação do material pedagógico que é proposto ao aluno, e decidir sobre metodologia na busca da construção do conhecimento em sala de aula, bem como no uso de outras tecnologias. Temos indicadores de mudanças também nas questões dos vestibulares, relatos de experiências em congressos ou exposições didático-pedagógicas.
Isso tudo é uma fonte de tensão e avaliação constantes para o professor que precisa buscar urgente atualização e prosseguimento de estudos para poder fazer frente aos novos conhecimentos e interpretações.
O Profissional do Ensino está ganhando um novo rosto e um novo valor no mercado das profissões, porque a crise está em toda parte, então, a Escola - como emprego - surge como uma luz. Mas as leis são claras e pedem qualificação e só entra nessa arena para permanecer, quem for concursado - no ensino,público - e no particular, por referências e prestação de serviços. Mesmo assim, se o professor não for competente e não estiver numa dinâmica de crescimento e busca, os alunos, as leis do mercado ou ele mesmo decidem por sua demissão. Lentamente o " fazer bico" na Escola, está desaparecendo.
Folhando os Parâmetros Curriculares,( da Educação Infantil, Fundamental, Ensino Médio e Técnico) que são uma explanação da LDB 9394/96, como se pensa o perfil do professor, além do que já se disse?
Deseja-se um professor de bem com a vida, humano, feliz, idealista, capaz de dar sentido à vida e ao que faz. Que viva na linha do SER - objetivo máximo da Educação - que exercite a paciência cronológica e histórica. Tenha ele compromisso com a vida e os valores como a ética, a sensibilidade, a estética, a cidadania, a solidariedade, a verdade, o respeito e o bom senso. Norteie-se por três pilares de princípios, previstos na explanação dos parâmetros: Princípios estéticos: que desenvolvem a estética da sensibilidade, estimulam a criatividade e o espírito inventivo; Princípios Políticos: que propõem a política da igualdade, do direito e da democracia, cuja arte se expressa no aprender a conviver; Princípios éticos: que visam a ética da identidade: inserção no tempo e no espaço, onde aprender a ser é o objetivo máximo.
Deseja-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da UNESCO para a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e prática. Aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
A sua maior preocupação deve ser em formar seres humanos capazes e seguros, com valores solidamente construídos, não fixados no vestibular, mas voltados para a sociedade e seus desafios tecnológicos. O professor deve assumir um papel diferenciado, procurando estar sempre atualizado e consciente de que o melhor mestre é aquele que debate e questiona, não apenas introduzindo o aluno na matéria, mas também fazendo-o questionar, duvidar, pesquisar. O aprendizado em equipe e os trabalhos em grupo devem ser dos pontos fortes de sua metodologia de ensino. Seu papel educativo é entendido como o de preparar os alunos para o exercício da cidadania, para o trabalho em geral e para o desenvolvimento de habilidades e de competências, visando a intervenção ética positiva na sociedade, com argumentações conscientes, resultantes da aplicação de conceitos na resolução de problemas contextualizados e relevantes.
O novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo.
O centro da proposta curricular é o processo da construção, apropriação e mobilização dos saberes significados. Se o professor conseguir fazer isso, estará integrando o que está fora dos muros da escola; ele reconhece a multiplicidade de agentes e fontes de informação, apropria-se deles; articula o passado e o presente, projetando o futuro. O personagem central do trabalho pedagógico todo, é o aluno e sua aprendizagem. Requer-se também um foco na qualidade e na autonomia da escola e do professor, cujo objetivo é fazer aprender.
Podemos enfatizar ainda que o Profissional do Ensino usa, ensina e propõe o uso de tecnologias básicas: redação - representação e comunicação; informação - investigação e compreensão; computação - contextualização sócio-cultural. Deduz-se que é um agente da revolução do conhecimento, alterando o modo de organizar o trabalho e as relações sociais do seu meio.Desenvolve conceitos, idéias, a investigação, a pesquisa e o questionamento. Levanta hipóteses, produz e faz produzir o conhecimento; promove relações interdisciplinares, sociais, políticas, afetivas, de espaço e tempo. Faz pensar e procura soluções alternativas. Maneja a tecnologia do computador, dos micro-sistemas, micro-eletrônica, serve-se das linguagens icônicas, corporais, sonoras e formais.
Quando se fala do perfil do Profissional do Ensino, nos Parâmetros Curriculares, estamos diante da utopia, daquilo que aspiramos ser e nunca chegamos. Precisamos de estrelas que nos estimulam e nos dão o norte. Mas cá, em baixo, continuamos com os nossos pés de barro e queremos ser felizes e tornar os outros felizes através da nossa profissão de ensinar " a aprender conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser."

Maria Lourdes Urban - Diretora do Colégio Rainha dos Apóstolos, SP

terça-feira, 8 de abril de 2008

Valorize as pessoas com as quais você tem contato!


UMA CANOA

Num um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:Companheiro, você entende de leis?Não. - Responde o barqueiro.
E o advogado compadecido:É que pena, você perdeu metade da vida!
A professora muito social entra na conversa:Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?Também não. - Responde o remador.Que pena! - Condói-se a mestra - Você perdeu metade da vida!Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro preocupado pergunta:Vocês sabem nadar?Não! - Responderam eles rapidamente.Agora sim é uma pena - Conclui o barqueiro - Vocês perderam toda a vida!Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes (Paulo Freire).
Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato.
Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar...

"Sou uma verdadeira pipoca!"


“ PIPOCAS DA VIDA ”
“ Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.
Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém. ”Rubens Alves

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A informática como ferramenta


A cultura da informática na educação está baseada no trabalho colaborativo por meio do reconhecimento de saberes adquiridos pelas próprias pessoas pelas suas experiências profissionais e sociais.

A informática possibilita a automatização do conhecimento pro meio de um sistema de aprendizagem aberta que gera fatores qualitativos e quantitativos no campo da informação educacional.

Esse novo cenário implica nova funções ao educador, como um animador de inteligência coletiva, executando atividades centradas no acompanhamento e na gestão da aprendizagem.
Os sistemas de educação, baseados na instrução via informátic, possibilitam ao professor e aluno três eixos de trabalho:a a aprendizagem pedagógica, o reconhecimento de saberes e a informática como ferramenta.

Ensinar é uma especificidade humana...


Ensinar exige rigor metódico; pesquisa; respeito pelos saberes dos educandos; criticidade; estética e ética; corporificação das palavras pelo exemplo; riscos; aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação; reflexão crítica sobre a prática; reconhecimento e assunção da identidade cultural.

Ensinar exige consciência do inacabamento; reconhecimento de ser condicionado.

Ensinar é aprender ensinando...

Ensinar exige também respeito pela autonomia do ser do educando; bom senso; humildade, tolerância e luta pela defesa dos direitos dos educadores; apreensão da realidade; alegria e esperança; convicção de que a mudança é possível.

Enfim, ensinar não é tarefa fácil, porque ensinar exige muita curiosidade.

Essas reflexões feitas vêm sendo desdobramentos de um primeiro saber inicialmente apontado como saber à formação docente, numa perspectiva progressista.

Saber que ensinar, como ratifica nosso saudoso Paulo Freire que " ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

É preciso insistir; este saber ao professor - que ensinar não é transmitir conhecimento - não apenas precisa de ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razões de ser - ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica -, mas também de ser constantemente testemunhado, vivido.

O professor, no ato de ensinar, deve ser coerente quanto à atitude que toma e o texto que prega.Deve ser capaz de avaliar sua prática e de estar aberto aos novos conhecimentos e ás novas técnicas que a todo momento surgem.

O professor tem o poder nas mãos de deixar uma marca positiva na vida do aluno!