sábado, 19 de fevereiro de 2011

Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.


Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
bullying se divide em duas categorias: 
a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos 
b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o  agressor  em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Titãs - É PRECISO SABER VIVER!!!!

Lulu Santos - COMO UMA ONDA NO MAR

Skinner, o cientista do comportamento e do aprendizado

Para o psicólogo behaviorista norteamericano, a educação deve ser planejada passo a passo, de modo a obter os resultados desejados na "modelagem" do aluno...

Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do  behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. 

O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Com isso, ficam descartados conceitos e categorias centrais para outras correntes teóricas, como consciência, vontade, inteligência, emoção e memória – os estados mentais ou subjetivos. 

Os adeptos do behaviorismo costumam se interessar pelo processo de aprendizado como um agente de mudança do comportamento. "Skinner revela em várias passagens a confiança no planejamento da educação, com base em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da cultura", diz Maria de Lourdes Bara Zano tto, professora de psicologiada Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Condicionamento operante

O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome.

A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.

O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento – um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço – a conseqüência de uma ação quando ela é percebida por aquele que a pratica. Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que evita uma conseqüência indesejada). Skinner considerava reforço apenas as contingências de estímulo. "No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais freqüente", escreveu o cientista.

Máquinas para fazer o aluno estudar 

A Educação foi uma das preocupações centrais de Skinner, à qual ele se dedicou com seus estudos sobre a aprendizagem e a linguagem. No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de máquinas de aprendizagem – a organização de material didático de maneira que o aluno pudesse utilizar sozinho, recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento. Grande parte dos estímulos se baseava na satisfação de dar respostas corretas aos exercícios propostos. A idéia nunca chegou a ser aplicada de modo sistemático, mas influenciou procedimentos da educação norte-americana. Skinner considerava o sistema escolar um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos "razões positivas" para estudar. "Para Skinner, o ensino deve ser planejado para levar o aluno a emitir comportamentos progressivamente próximos do objetivo final, sem que para isso precise cometer erros", diz Maria de Lourdes Zanotto. "A idéia é que a máquina de aprendizado se ocupe das questões factuais e deixe ao professor a tarefa fundamental de ensinar o aluno a pensar."

Uma breve análise das contribuições da psicanálise freudiana à educação!!!!


A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.
Sigmund Freud

Segundo Kupfer (2004), contam-se entre as 3.667 páginas que compõem as Obras Completas de Freud, menos de 200 dedicadas à reflexões, análise e críticas sobre a Educação. Mas esta aparente dispersão, longe de indicar um descaso de Freud em relação à Educação, mostra, ao contrário, que a Educação é um tema que o acompanhou por toda extensão de sua obra e jamais deixou de ser motivo de reflexão contínua.
As idéias de Freud sobre a Educação encontram-se em seus textos que tratam em primeiro plano de outras questões, já que as idéias educacionais de Freud emergem em momentos precisos da articulação da teoria psicanalítica que o autor estava, aos poucos, construindo.
Muitos autores, inspirados na psicanálise freudiana, também teceram suas aproximações entre psicanálise e educação. Em seu artigo Aprendizagem significativa, Francisco (2002) propõe uma reflexão sobre questões ligadas ao ensino e aprendizagem no mundo da sala de aula, lugar onde a razão e a emoção interagem, onde sujeitos se constroem, cidadãos e profissionais assumem seus papeis ativos. A convivência entre indivíduos nesse “espaço da intersubjetividade produtora de subjetividade” é de importância.
De acordo com Millot (1987), antes de realizar descobertas sobre o tema da sexualidade infantil, Freud salientava a necessidade de se promover, uma reforma na educação, “responsável direta pelas neuroses” devido à influência da moral, repressora da sexualidade, promotora da castidade entre os adolescentes e da apologia da família nos padrões da sociedade burguesa, na gênese das neuroses. Freud dirigiu duras críticas à educação em Moral sexual “civilizada” e doença nervosa moderna, onde salienta a estreita relação entre as tendências perversas manifestas na sexualidade do adulto e a proibição, por parte da educação, da prática sexual genital na adolescência.
A descoberta da sexualidade infantil, paralela à constatação da importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento do indivíduo e na origem das neuroses, levou Freud a priorizar questões ligadas à educação. A Psicanálise, fundamentada na investigação analítica, viu-se pronta para apontar ao educador, os princípios e possibilidades do seu poder além dos seus erros. Segundo o autor, a expectativa freudiana em relação à educação era “saber o que se está fazendo quando se educa, já que não se faz o que se quer” (1987:39).
A caracterização feita por Freud da instauração da sexualidade humana em dois tempos remonta a 1905. As concepções de pulsões parciais (anarquia pulsional na criança) e de período de latência compõem o eixo da reflexão de Freud sobre a educação até por volta de 1915.
Dos cinco aos seis anos até à puberdade, no período de latência, apareceriam os sentimentos de repugnância, vergonha, pudor e piedade, pilastras futuras da moralidade. A atividade sexual sofreria um freio, uma interrupção, mas Freud parece atribuir à educação, nessa fase, um papel de coadjuvante. A detenção da atividade sexual e as formações morais estando atreladas ao condicionamento pelo organismo e à fixação pela hereditariedade, se manifestariam independentemente da educação. Uma vez latentes, as pulsões sexuais não desapareceriam, mas sofreriam transformações e culminariam com sua organização sob a primazia da genitalidade
Assim, da visão psicanalítica decorrem as seguintes posições: ao professor, guiado por seu desejo de ensinar, cabe o esforço de organizar, articular, tornar lógico seu campo de conhecimento e transmiti-lo a seus alunos. Cabe também a tarefa de compreender a subjetividade presente em cada criança, sabendo aproveitar potenciais, muitas vezes a serem descobertos, para daí fazer emergir o desejo de aprender.
Ao aluno cabe a tarefa de ingerir, desarticular e digerir aqueles elementos transmitidos pelo professor, que se engancham em seu desejo, que fazem sentido para ele e que encontram eco na sua subjetividade de sujeito aprendente.


[...] O analista não pode ser simultaneamente educador e vice-versa. Mas ambas as funções podem ser exercidas simultaneamente, por pessoas diferentes. Assim, para Klein está fora de questão uma educação analítica. Ela é favorável a uma “educação assistida pela psicanálise”, em que os psicanalistas não teriam um papel de educadores, nem proporiam um modelo pedagógico novo: eles se lançariam, como diz Millot, “mais que a uma reforma dos princípios, a recomendações de bom senso” (1987:141). Há muito os bons pedagogos vinham fazendo o que se esperava deles. [...]

[...] A primeira seria uma inibição neurótica do pensamento, a segunda desembocaria na erotização das operações intelectuais – de caráter obsessivo, fadado ao mesmo destino do primeiro fracasso e à não conclusão, e a terceira mais rara, levaria à sublimação de uma parte do desejo e da pulsão em curiosidade sexual. Mas como solucionar esse dilema insolucionável, pergunta-se Francisco (2002)? Para Freud seria preciso buscar o ponto ótimo dessa educação, beneficiária ao máximo e danosa ao mínimo. Ela não deve se ausentar da tarefa de adaptar a criança à ordem estabelecida. [...]

[...] Haveria, portanto, uma proximidade de funções entre educação e psicanálise. Isto colocaria a psicanálise em continuidade com a educação num outro sentido, na medida em que, tratando das falhas deixadas na psique do indivíduo pelos processos educativos, aquela poderia ser vista como uma “pós-educação”. Como diz Millot (1987), “Tanto a educação quanto a psicanálise atingiram o objetivo de sua ação caso tenham assegurado aos componentes pulsionais uma abertura a uma organização libidinal satisfatória” (1987:53). Tal leitura, entretanto, não pode ocultar que, até o final de sua carreira, Freud manteve-se crítico em relação às práticas educativas e pensou a psicanálise como em tensão com a educação.