terça-feira, 25 de março de 2008

Filme - O Clube do Imperador




Numa escola freqüentada pela elite americana, o professor idealista William Hundert (Kevin Kline) é conhecido por suas aulas cheias de alegria e emoção. Tudo caminha bem até o dia em que um de seus alunos, o arrogante Sedgewick Bell (Emile Hirsch), filho de um respeitado senador, inicia uma guerra particular com Willian, criticando inclusive seus métodos de ensino. Essa batalha de egos entre os dois acaba se estendendo por anos.
William Hundert (Kevin Kline) é um professor, verdadeiramente apaixonado pelo seu trabalho, que crê firmemente que a vida de um cidadão deve ser regida por princípios de integridade. Esta é a mensagem que tenta transmitir aos seus alunos. Contudo, o seu método de ensino vai ser posto à prova por um novo aluno, Sedgewick Bell (Emile Hirsh), filho de um Senador, que entra em confronto direto com o professor e tenta arrastar os colegas nos seus atos de rebeldia. O desafio a que Hundert se propõe é modificar o caráter rebelde de Sedgewick, e ganhar a sua confiança...
“Terminus pendeo in exordium". Do latim, "o fim depende do início". Em suma, eis o segredo de uma vida. As histórias são feitas de vidas, e vidas são feitas de momentos e atitudes. O que determinará cada momento, o que definirá cada ação é parte diretamente da educação recebida. Como já diziam sociólogos e filósofos, nada mais somos do que o resultado do meio em que vivemos. O filme O Clube do Imperador (2004) apresenta esse conceito como ponto de partida de uma história capaz de confirmar a real importância de uma educação verdadeira. O cenário é uma escola exclusiva para garotos ricos. O herói, um professor amante da História Antiga. O objetivo, transformar meninos em homens com princípios morais, homens de sucesso. Enquanto houve vontade e receptividade, a meta foi cumprida. Porém, ao se deparar com a indiferença, o cinismo e a mediocridade calculada, o professor se vê ante a mais difícil batalha de sua carreira: admitir que, dar asas a quem não quer voar é missão destinada ao fracasso. O Brasil anda às voltas com a onda "vamos educar". A mídia superlota a mente da população com campanhas de conscientização que ostentam uma única mensagem: Educar, caminho para o primeiro mundo. A questão é que informar o povo sobre a "obrigatoriedade" da educação não o faz necessariamente compreender a real necessidade e a devida utilidade dela no processo de desenvolvimento. Nossas escolas estão cheias de pessoas que buscam certificados sem nenhuma intenção de assimilar o que é ensinado. Que detalhes, que responsabilidades, que conseqüências a educação compreende na íntegra? Esse é o ponto proposto no filme para reflexão. A guerra entre um mestre idealista que procura dar verdadeiro significado à vida; e um aluno que se contenta com a própria estupidez e com a influência e dinheiro do pai para garantir sua ascensão. É um retrato cru da mentalidade em que se encontra parte do povo.
Educar é ampliar horizontes, redefinir metas, aguçar a sensibilidade, e não simplesmente disponibilizar um diploma.
Educação de nada serve se não puder ser revertida em crescimento, em desenvolvimento. Se não resultar em mudança. Em dado momento do filme, o professor pergunta: "Grande ambição e conquista sem contribuição não tem significado. Qual será a contribuição de vocês?" Qual será a nossa contribuição. A mídia deveria se empenhar nessa questão, acima de tudo. No detalhe invariável de que verdadeira educação cria consciência política. Utilizando-se da leveza e banindo a opressão típica do drama, a história consegue induzir a uma constatação pura.
Um professor vive da esperança de moldar o caráter de um homem e da convicção de que o caráter de um homem pode mudar seu destino. Assim, "alea jacta est": a sorte está lançada.
A história de um bom educador se prolonga e se imortaliza nas muitas vidas por ele conduzidas no caminho da aprendizagem. A trama salienta sabiamente que a cota de alunos medíocres sempre existirá. Afinal, joio e trigo se misturam facilmente, porém, a fé na educação deve permanecer. Em todo empreendimento de sucesso há uma pequena margem de fracasso. Aos sábios, que aproveitem o que lhes é ensinado. Aos eternamente medíocres fica o conselho de Aristófanes citado num dos empolgantes diálogos do filme:

"A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre."

2 comentários:

lulica disse...

PARABENS . GOSTEI MUITO

Fabio Flowers disse...

O verdadeiro professor não escreve só no quadro, escreve também em almas. Como percebemos no filme...